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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O Tiburcio e o Caixão - Causos de Galpão

Certa feita, num domingo à tarde, sentado na ponte da Linha Nova, sobre o Rio Bitaca
Tiburcio aguardava uma carona, que o levasse, vadio como ele só, preguiça de caminhar.

Eis que surge um carro de funerária, levando um caixão
para um defunto que acabara de falecer lá pras bandas de Constantina-RS. O Tiburcio, então, pediu uma carona e foi atendido.
Dali a pouco começou a cair um chuvarada daquelas, e o carro funeral era uma Rural willys. Sem se apertar, o Tiburcio velho entrou no caixão e, mais do que depressa, fechou a tampa, protegendo-se da chuva.
Mais adiante, outras pessoas também pegaram carona. E, uma vez em cima da picape,
como é próprio do pessoal da campanha, que acredita em assombração e outros bichos
mais, todos passaram a olhar, desconfiados, para aquele caixão de defunto fechado.
Vai daí que lá pelas tantas começou a esquentar no interior do caixão, e o Tiburcio velho,
abrindo a tampa de sopetão, perguntando: 
- E daí, indiada? Como é que tá o tempo aí fora chê? 

Barbaridade! Foi vivente saltando pra todo o lado e se boleando pelos barrancos da
estrada. Dizem que teve gente que correu mais de dez léguas, e tem outros correndo até agora!

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